quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Fogo!


Será a felicidade assim tão dificil de manter? Será que, sempre que nos sentimos bem... com vontade de exaltar os nossos sentimentos... com confiança para agarrar as nossas emoções e dizê-las bem alto, para que todos ouçam... tem que surgir algo que deite por terra esse estado de alma?

Nunca fui, nem me considero pessoa de sentir que algo é impossível... mas quando me vejo a viver este pesadelo... quase que acredito que realmente não é possível manter esse sentimento...

Digo-o, pois nasceu em mim um fogo que lavra de forma que desconheço...
O sentimento de me terem roubado a alegria de amar... o sentimento de me sentir impotente para travar as crenças que assombram o inconsciente do Nosso colectivo! São chamas que consomem sem queimar... são chamas que queimam sem consumir... é um fogo descontrolado que arde silenciosamente... emanando apenas o sussurro de quem agonia no seu leito... É um fogo que me deixa aterrado perante o mar de cinzas que resta da vontade de abraçar... da vontade de beijar... da vontade de partilhar... não só o nosso coração... como também a nossa vida!

Foi esse profundo almejar que se desvaneceu em cinzas... o de gritar:

SÓ TE QUERO A TI!!!

Mas mesmo as cinzas deste fogo são diferentes! São de um negro ensurdecedor... de uma aspereza que rasga... ofuscando qualquer harmonia vivida antes do atear deste mar de chamas...

Resta-me esperar que de entre o fumegar, que ainda se mantém sobre as cinzas... tal como a Fénix... algo possa renascer....

1 comentário:

  1. Quando seguramos um devaneio (que dura o tempo de um arco-irís) aventuramo-nos a que ele se fragmente no chão, como vidro. Porque o sublime é incompreensível… E é nesta altura que, fracos, vemos parte de um objectivo fortuito, mas provável, desaparecer. Falece no silêncio, de uma alma frígida, que sempre se acalentou na claridade da verdade.
    A realidade é escabrosa: a falsidade das palavras doces, as promessas vazias, o abraço falso, a ternura do peito perdido…
    Perde-se o devaneio, em nome de um equívoco, que nunca mais poderá ser vivido!

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